O príncipe das trevas manifesta-se ao homem principalmente por meio da mentira. Esta foi, desde o início da criação, a sua estratégia. No paraíso, levou os nossos primeiros pais a duvidarem da Palavra dada por Deus. Para alcançar este objetivo primeiro tentou distorcer uma ordem de Deus: “Deus vos disse realmente: ‘Não comereis de todas as árvores do jardim’”?(Gn 3,1). Em seguida, despertou a curiosidade, com a finalidade de fazer a mulher crer que existia um certo exagero no mandamento divino: “A mulher viu que a árvore era boa de comer, sedutora de se olhar, preciosa para agir com clarividência. Apanhou um fruto e dele comeu, deu-o também a seu homem que estava com ela, e ele comeu”(Gn 3,6).
O pano de fundo da mentira do diabo era a falsa impressão de que, desobedecendo à ordem divina, o homem seria igual a Deus: “É que Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e sereis como deuses, possuindo o conhecimento do que seja bom ou mau”(Gn 3,5). Esta ainda é a insinuação mentirosa do maligno, que leva o homem a se rebelar contra as verdades bíblicas e buscar em tantos outros caminhos a igualdade com Deus.
Os caminhos desse afastamento são os mais diferentes: muitos decretam a morte de Deus e constroem suas vidas confiando somente naquilo que é possível ver ou explicar pelo conhecimento humano. Tantos outros fascinam-se pela busca de conhecimento em filosofias ou doutrinas religiosas de conteúdo completamente diferente da mensagem cristã, como por exemplo toda a onda de misticismo divulgada pela nova era.
O mais triste é observar que a mentira de Satanás está entrando nas fileiras da Igreja, levando os seus membros a práticas estranhas à fé cristã, ou ainda, criando um espírito de rebelião, a ponto de quebrar a comunhão desejada pelo Senhor Jesus: “...para que eles cheguem à unidade perfeita e, assim, o mundo possa conhecer que tu me enviaste e os amaste como tu me amaste” (Jo 17,23). Quantos cristãos estão sendo inchados pelo mesmo orgulho que levou Lúcifer, astro de luz, a se rebelar contra Deus! E esta nova rebelião evidencia-se ou pelo confronto dentro da Igreja, ou pelo crescimento de tantas seitas, em sua grande maioria nascidas de desentendimentos entre cristãos.
O sinal da mentira do diabo dentro da Igreja é a desunião. Se, em nome do evangelho, usamos a calúnia em uma tentativa de destruir o oponente, revelamos não estar na verdade. O risco é tentar justificar a destruição que queremos levar aos que julgamos ser nossos inimigos. Quando a nossa defesa em nome de Deus quebra o corpo de Cristo, não estamos mais na verdade de Deus.
É preciso sempre estar atentos para descobrir se, por meio de nossas palavras e atitudes, não estamos sendo agentes do inimigo. Quando perseguido, um líder, sem que tenha consciência, pode passar a defender as suas ideias e não os valores do Reino. Os piores conselheiros sãos as emoções feridas. A mágoa ou a incompreensão levam irmão a ficar contra irmão. Este é o momento em que se abre a brecha para que o inimigo nos leve à rebelião.
Silvia Cristina
QUE DEUS TE ABENÇOE!
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate; sede nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.