Paulo e a Lei

20/08/2012 18:34

Quem é Paulo e como ele se posiciona diante da Lei judaica

Paulo é de origem judaica, nascido fora de Israel, mas educado em Jerusalém. Portanto, tem grande conhecimento de todas as leis do judaísmo. Em Rm 11,1 e em 2Cor 11,22, ele se apresenta como israelita, da descendência de Abraão, tribo de Benjamim. No capítulo 3 da carta aos Filipenses, apresenta diversas orientações aos pagãos convertidos que são discriminados pelos pregadores judaizantes (judeu-cristãos que sustentavam que os pagãos que se tornavam cristãos deveriam ser circuncidados e assumir as práticas do judaísmo). Para os judaizantes, a salvação e a justiça dependiam da circuncisão (carne) e da obediência da Lei. Paulo frisa que nenhum ritual ou lei pode salvar ou justificar as pessoas, pois a salvação e a justiça são dons de Deus e dependem da fé em Jesus Cristo (Fl 3,3-5). Na primeira carta aos Tessalonicenses e na primeira aos Coríntios não aparece a discussão sobre a Lei, porque elas foram escritas antes das disputas acaloradas de Paulo com os judaizantes. Em 1Cor 9,8-9, ele recorre à “Lei de Moisés” como autoridade para a afirmação de que, tal como outros pregadores do evangelho, tem o direito de ser sustentado pela comunidade onde trabalha. Em 1Cor 9,19-23, Paulo afirma que procura se ajustar a todos, judeus ou gentios, “sujeitos à Lei” ou não, e que ele próprio não é sem lei de Deus, uma vez que Cristo é sua lei.

Quando escreveu a segunda carta aos Coríntios, Paulo tinha iniciado um período de ralações difíceis com a comunidade, em decorrência da chegada de um grupo de pregadores judeu-cristãos que não concordava com o seu modo de orienta a comunidade (cf. 2Cor 3,1-18). Paulo afirma ser ministro da nova aliança, não nos moldes da antiga aliança escrita, que matava ao trazer maldições sobre Israel desobediente. É ministro nos moldes da aliança anunciada pelo profeta Jeremias, que anunciava nova aliança que traria o perdão dos pecados e a capacidade renovada para conhecer e obedecer a Deus. Em 2Cor 3,7-11, Paulo comenta a superioridade da nova aliança, da qual ele é ministro e os coríntios são prova.

A carta aos Gálatas registra a resposta do apóstolo a um grupo de igrejas inexperientes que estavam sob a influência de judeu-cristãos que pregavam que pregavam um “evangelho diferente” (cf. Gl 1,8-9). Esse grupo queria que os gálatas observassem a circuncisão (cf. Gl 2,3; 5,2-6.11-12; 6,12-13), os dias santos judaicos (cf. Gl 2,11-14). Tudo isso é diferente da liberdade anunciada por Paulo à comunidade.

A visão que ele tem da Lei em Romanos ganha um enfoque mais claro. Quando escreveu aos romanos, estava prestes a entregar às comunidades de Jerusalém a coleta de fundo social e de partilha feita pelas comunidades de origem gentia (helenistas). Paulo temia que os judeu-cristãos rejeitassem essa oferta, obtida à custa de trabalho considerável. Então, escreveu a Roma, pedindo o apoio das orações para a sua viagem a Jerusalém (cf. Rm 15,30-32). Rumores parecidos chegaram à comunidade romana, que mantinha laços estreitos com Jerusalém (cf. Rm 6,15). Portanto, o propósito de Paulo em Romanos era corrigir as falhas na visão da comunidade sobre a Lei (mais informações sobre Paulo e os conflitos por causa da Lei, leia Atos 21,18 a 28,31).

Contato

Pesquisar no site

Bem-vindo ao nosso site  

QUE DEUS TE ABENÇOE!

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate; sede nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e a todos os  espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

Link

Esta seção está vazia.

© 2012 Todos os direitos reservados.

Crie um site grátisWebnode