De acordo com a Sagrada Escritura, os profetas antes de serem chamados profetas, se chamavam VIDENTES (1Sm 9,9).
E os videntes tinham a missão de:
Todo o vidente tinha um olho no passado, para recordar ao povo a Aliança feita com Deus, e um olho no futuro, em que esperava o cumprimento da promessa feita por Deus: a vinda do Messias, que traria a libertação do povo e haveria de reinar para sempre. Os profetas não traziam em si novidade, apenas tornavam concreta a orientação, dentro da situação histórica, com novos comandos, novos chamados. Eram apontados os desvios de rota e o objetivo a ser alcançado.
NOVA ALIANÇA
No Novo Testamento, Jesus Cristo fez uma Nova Aliança, selada com seu sangue. Dissera: “Este é o sangue da Nova Aliança” (Lc 22,20). Os videntes da Nova Aliança têm o objetivo de recordar aos homens, em certas fases da história, o compromisso com a Nova Aliança, estabelecida por Jesus e, ao mesmo tempo, avivar a fé na segunda vinda de Jesus Cristo. Por isso, estes videntes recebem mensagens:
As mensagens de todas as aparições são convergentes. Esta convergência, nas palavras de Renê Laurentin, “soa como um sinal de alarme: o mundo se abandonou tranquila e prazerosamente ao pecado. Ele está abrindo a própria sepultura, está se destruindo. A ameaça nos faz pensar”.
Não é qualquer um que pode ser vidente. Tanto os videntes (profetas) do antigo Testamento como os videntes (profetas) do Novo Testamento são escolhidos por livre vontade de Deus. Assim, Deus ou a Virgem Maria escolhem a quem eles querem para lhes aparecer. Na verdade a revelação pública, aquela em que devemos crer para nos salvar, encerrou com a morte do último apóstolo. Por isso, de acordo com Karl Rahner, teólogo alemão, “as revelações privadas (ou particulares) não podem ser colocadas no mesmo plano da revelação fundadora divina, dada por Cristo, trazida na Sagrada Escritura e transmitida pela Tradição da Igreja. Estas revelações, no entanto, não são supérfluas, repetições celestes de tal revelação pública ou, então uma ajuda intelectual para conhecer alguma coisa que fundamentalmente poderia ser conhecida também sem esta ajuda... As revelações privadas são na sua natureza um IMPERATIVO DE CONDUTA, UM COMANDO, de como deveria agir a cristandade diante de determinada situação histórica. Não são novos anúncios que nos são oferecidos do sobrenatural, mas UM NOVO COMNADO”.
Continua Rahner: “Não é justo pôr a alternativa entre natural e sobrenatural, entendendo o natural como sinônimo de aparição não verdadeira e o sobrenatural como sinônimo de aparição verdadeira”. Ele afirma que também uma visão naturalmente explicável pode agir como efeito divino e graça celeste. Tal comportamento do vidente não deveria dar origem a juízos negativos ou ser considerado como doente mental ou como sintoma de anormalidade. Por isso, Rahner diz que, diante de tais fenômenos, devemos nos portar com CAUTELA e com FÉ. Ele critica o ceticismo manifestado pelas Comissões Eclesiásticas de inquérito com relação aos videntes e às aparições. Seguindo-se a história destas comissões, se tem a impressão de que os videntes são julgados diante de um tribunal e que se deseja julgar também o Criador, que produziu estes fenômenos. Por isso, Dostoievski, escritor russo, critica esse comportamento em seu romance Os irmãos Karamazov quando fala de Torquemada, célebre inquisidor espanhol. Narra que numa manhã Torquemadda havia condenado 100 hereges à fogueira. De repente, aparece Jesus Cristo em frente à Catedral de Sevilha, onde cura muitos doentes e ressuscita uma menina. Torquemada manda prender Jesus e o submete a um longo interrogatório, Diane do tribunal. Jesus ouve em silêncio. No fim, Torquemada expulsa Jesus Cristo e o proíbe de aparecer novamente por lá. É uma crítica aos tribunais de outrora. E as comissões encarregadas de estudar as aparições, hoje, como agem? Em geral, parece terem medo de que Deus se manifeste. Quase todas, sem investigar os fatos, negam qualquer aparição, como se Deus, hoje, não pudesse mais se manifestar aos homens.
Quase sempre, diante das aparições, se usa o método de Descartes, um pouco mais refinado, isto é, “a dúvida e a incredulidade sistemáticas”. Essa lógica acontece principalmente a partir dos séculos XVIII e XIX sob a influência do Iluminismo, que fez com que a razão eclipsasse a fé.
Silvia Cristina
QUE DEUS TE ABENÇOE!
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate; sede nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.