
Mas a expressão maior de todas as aberrações doutrinárias acima elencadas foi modernismo. Começou reivindicando a necessidade de um reestudo dos dogmas da Igreja à luz da ciência. Bem logo, porém, demonstrou quais eram seus verdadeiros intentos. Foi condenado pelo papa Pio X como “o esgoto coletor de todas as heresias”. A síntese de todos os erros dos sistemas filosóficos modernos a respeito de Deus, de Jesus Cristo, da Bíblia, da Tradição, dos Santos Padres, da Igreja, dos sacramentos, dos dogmas, do pontificado, da autoridade eclesiástica, da hierarquia, do Estado e do homem. E, portanto, o maior laboratório de erros do mundo.
Impressionado com sua abrangência e sabendo que este poderia ser o ataque final contra a Igreja de Cristo, em 1907, o Papa tomou a decisão dura mas corajosa: condená-lo sem apelação. E o fez através de dois documentos: Lamentabili, contendo 65 proposições errôneas, extraídas de Loysi e Tyrrel, e Pascendi, no qual traçava um quadro monumental sobre as origens e a natureza de um erro que já estava invadindo todos os setores da fé católica. Fez questão de expor extensamente cada uma de suas doutrinas,
“para evitar a acusação de que não entendemos suas ideias. Desejamos demonstrar que o sistema não consiste em teorias dispersas e desconexas, senão que se trata de um conjunto perfeitamente organizado, com todas as partes solidamente unidas, de modo que se trona impossível admitir uma sem admitir todas. Definimos o modernismo como a síntese de todas as heresias... o que quer dizer a destruição não só da religião católica, senão também de todas as religiões”.
Reprimido pelos Papas, o modernismo se refugiou nos seminários e universidades.
“Os modernistas – deplorava o papa Pio X – se apoderam das cátedras dos seminários e das universidades e as transformam gradualmente em cátedras de pestilência. Do alto dessas cátedras sagradas, propagam as sementes de suas doutrinas; proclamam seus ensinamentos abertamente em congressos, os introduzem e os põem em moda nas instituições sociais... publicam numerosos livros, jornais e revistas. Procuram por todas as maneiras diminuir e enfraquecer a autoridade. Eles se propõem acabar com o próprio Magistério Eclesiástico, falsificando sacrilegamente sua origem, caráter e direitos e repetindo livremente as calúnias de seus adversários”.
Embora o golpe mortal vibrado pelos dois documentos pontifícios parecesse ter cortado pela raiz as pretensões dos modernistas, não foi o que aconteceu.
“Nos anos 1920-1940 – escreve Dario Composta – as novas gerações de seminaristas professores de teologia mal se davam conta de que a serpente de muitas cabeças jazia escondida no recôndito de certas centrais do erro, prestes a voltar ao ataque”.
Atento às suas manobras clandestinas, Pio XII se insurgiu novamente contra esse erro “escorregadio, astucioso e funesto”, com a encíclica Humani Generis (1950). Mas nem desta vez a condenação coseguiu aniquilá-lo. Dispostos a se ajustarem às circunstâncias de cada época, os modernistas, camuflados com outras cores ideológicas, mantinham-se à espreita de um abrandamento na intransigência papal, para começar uma nova investida. E a grande oportunidade lhes sorriu com convocação do Concílio Vaticano II, onde se apresentaram com a capa de neo-modernismo, o qual, por sua vez, se disfarça sob os nomes de: espírito do Vaticano II, feminismo na Igreja, teologia da libertação e Igreja conciliar, entre outros. Mas o repúdio pontifício ao modernismo foi reafirmado com Paulo VI, que o denunciou como
“a revolução mais perigosa já enfrentada pela Igreja e que ainda a açoita severamente. É um processo de auto-demolição que procura levá-la ao final do caminho da perdição. Os três pais responsáveis por esta perversão conhecida como modernismo são: um religioso – a reforma protestante; um filosófico – o iluminismo, e um político – a Revolução Francesa”.
Nem assim a serpente de muitas cabeças se rendeu. “Trinta anos após o Concílio – escrevia Composta em 1997 – pode-se verificar que o modernismo não só começou a envenenar a teologia e a moral católica, mas também a reabilitar os ‘heróis’ que São Pio X tinha excomungado. Ademais, as antigas centrais do erro se apoderaram ousadamente até da história eclesiástica, para caluniar o próprio Papa”.
Silvia Cristina
QUE DEUS TE ABENÇOE!

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate; sede nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.